Métodos e técnicas
Introspectivo: análise interior feita pelo próprio sujeito; não tinha qualquer valor cientifico, dado que o sujeito que observa e o objecto observado são o mesmo
Limitações - não pode ser aplicada a crianças, a animais nem a doentes mentais; possível dificuldade em transmitir o que se sente; se se está muito emocionado, não se consegue analisar essa emoção; ao analisar racionalmente um sentimento, emoção, modifica-se-o; não pode ser controlada por outro observador; não permite aceder ao inconsciente; não pode haver a sua repetição, uma segunda análise do que foi sentido.
Experimental: procura assegurar o carácter de ciência objectiva e rigorosa, mas é limitado e redutor: não se aplica ao funcionamento do sistema nervoso, estado de percepção etc;
- elaboração de um plano experimental: (1- emite-se uma hipótese prévia – explicação possível. 2- observação de casos particulares, orientado por uma hipótese 3- manipula-se e controla-se as variáveis na experimentação. 4- conclusão/lei – só se a experiência confirmar as hipóteses);
- experimentação: conjunto de observações realizadas em condições controladas (com as variáveis manipuladas e controladas);
- o cientista deve controlar todas as variáveis externas de modo a não pôr em causa a experiência;
- o sujeito não deve agir de acordo com o que supõe ser o desejo do experimentador, nem o experimentador deve influenciar involuntariamente o comportamento do sujeito;
- grupos: experimental (sujeito à variação da variável independente) e de controlo (não está sujeito, utilizado como modelo-padrão de comparação)
- tipos: laboratório (assegura condições precisas e controladas) e de campo (os efeitos das variáveis são feitos sem que os indivíduos saibam que estão a ser avaliados).
Limitações: - metodológicas: dificuldade em isolar as variáveis que interferem; - questões éticas: põe em causa a integridade física e psicológica.
Psicanalítico: - associações livres: deveria dizer aquilo que lhe viesse à cabeça e expressar as emoções sentidas, sem se preocupar com o sentido do que dizia
- interpretação de sonhos: a censura sobre os desejos inconscientes encontrava-se atenuada – o material decalcado liberta-se e o desejo poderia realizar-se
- conteúdo manifesto: descrição do sonho pelo paciente
-conteúdo latente: interpretação pelo analista dos factos ocultos
- analise de actos falhados: lapsos: esquecimento de objectos, pessoas, lugares; troca de palavras; tiques; dizer o contrario do que se queria; resultam da interferência de intenções diferentes que entram em conflito, são os desejos recalcados que dão origem aos actos falhados
- processo de transferência: passagem de sentimentos directamente para o analista.
Clínico: - estudar em profundidade um individuo, assunto ou problema, com vista à sua terapia
- anamnese e dados biográficos: recordação de informações significativas passadas e presentes relativas a uma pessoa
-entrevista clínica: caracterização da situação do individuo através do que é dito, das atitudes, das reacções, etc
- observação clínica: o que pode intuir ao longo do contacto com o individuo
- testes: aptidão, personalidade, inteligência
1- padronização: tem que ser aplicado sempre da mesma maneira
2- fidelidade: permite considerar que o teste seria igual numa 2ª vez
3- validade: fazer perguntas adequadas só aquilo que se quer saber
4- sensibilidade: capacidade de um teste para encontrar pequenas diferenças e níveis de classificação.
Observação Naturalista e Observação Participante: com este método, os investigadores procuraram superar as limitações do método experimental, através da observação sistemática fora do ambiente laboratorial.
Estudo do indivíduo faz-se no seu meio natural. O observador está no campo e observa o processo tal como decorre na vida do indivíduo. Este tipo de observação denomina-se de naturalista.
Quando o observador participa na vida dos indivíduos em observação, o método denomina-se Observação Participante.
Embora as etapas destes métodos sejam similares às do método experimental, a verdade é que os dados recolhidos são muito diferentes: em vez de dados quantitativos ou mensuráveis, o que obtemos são dados de natureza descritiva (qualitativos).
Uma das principais limitações destes métodos consiste na dificuldade em generalizar as suas conclusões. Este facto deve-se à própria natureza da investigação que é feita que incide em profundidade sobre casos singulares.
