
Construtivismo
Construtivismo - centra-se essencialmente no desenvolvimento da inteligência infantil. Procura perceber o modo de construção do conhecimento humano dando origem à Epistemologia genética um dos ramos da psicologia actual.
Piaget usaria o método clínico/observação naturalista, querendo descobrir como é que o conhecimento se estrutura e organiza. É na área do comportamento intelectual e cognitivo de crianças e adolescentes que vai incidir os seus estudos, analisando os erros cometidos pelos alunos do ensino primário (seus filhos inclusive) na realização de testes, e verificou que estes eram semelhantes. Tentava explicar então o pensamento das crianças com qualidades diferentes do pensamento do adulto.
Assim a lógica infantil e os seus modos de pensar são inteiramente diferentes dos adultos. As suas experiências levam-no a concluir que o conhecimento é um processo interactivo que envolve sujeito e meio e que decorre em etapas sequênciais.
Isto fazia com que ele se questiona-se no seguinte: "Como é que o conhecimento humano é ampliado?" E respondia o seguinte: "O conhecimento é uma construção progressiva de estruturas lógicas que vão sendo suplantadas por outras estruturas lógicas mais complexas e mais poderosas até à idade adulta".
Para o construtivismo, a vida psíquica desenvolve-se através da troca entre o sujeito e o meio. O conhecimento advém das interacções sujeito/objecto, daí que também se designe por interaccionismo. Desta forma, demarca-se das concepções anteriores, quer da corrente inatista (gestaltismo), que coloca a ênfase na componente genética, quer da corrente empirista (behaviorismo), que colaça a ênfase no meio.
O comportamento resulta de uma construção progressiva do sujeito em interacção com o meio ( R = f (S ó P) ) a concepção construtivista de Piaget parte da tese que o conhecimento não depende nem só do sujeito nem só do objecto. As estruturas da inteligência não são apenas inatas, mas produto de uma construção contínua do sujeito. As estruturas cognitivas constroem-se de modo progressivo num processo de troca entre sujeito e meio.
Salienta a importância do sujeito com um papel activo na construção do seu próprio processo desenvolvimento , criticando por exemplo, a concepção behaviorista de que o sujeito é um receptor passivo das influencias do meio, contrariando a ideia de que o homem é unicamente determinado por uma destas dimensões (como defende , por exemplo, o behaviorismo ao salientar unicamente o papel do meio).
Põe em evidência os aspectos qualitativos do pensamento: até então considerava-se que as diferenças de inteligência entre os indivíduos eram diferenças qualitativas (por exemplo, pensava-se que um adulto era mais inteligente que uma criança) mas Piaget vem salientar a importância das diferenças qualitativas (um adulto pensa de forma diferente de uma criança).